A partir deste mês, o Calendário Básico de Imunização Infantil passa a disponibilizar também a vacinação contra a hepatite A. A vacina estará disponível nas unidades básicas de saúde, em dose única, para todas as crianças aos 12 meses de idade (ou até menores de dois anos). A novidade está sendo divulgada neste mês de julho, quando é lembrada a data mundial de combate às Hepatites Virais, no próximo dia 28.

Provocada por um vírus que causa inflamação no fígado, a doença é contagiosa, transmitida por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados. Nos últimos sete anos, foram registrados quase 3 mil casos da doença no Estado, sendo 153 em 2013 e 38 registros até julho deste ano. Não houve registros de óbitos por essa forma da doença.

A vacina pode ser administrada concomitantemente com outras vacinas do calendário de rotina. Por ano, estima-se que mais de 130 mil crianças nessa faixa etária sejam imunizadas. A Secretaria Estadual da Saúde já recebeu do Ministério da Saúde as primeiras doses da vacina e realizou o envio às coordenadorias regionais, que estão distribuindo aos municípios – que, por sua parte, começarão a aplicação a partir do cronograma local definido por cada um.

A doença

As hepatites são doenças contagiosas que causam inflamação do fígado e são causadas por diferentes tipos de vírus: principalmente A, B e C. O tipo A ocorre com maior proliferação em locais com saneamento básico precário, pois se dá por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes que contenham o vírus (como frutas, verduras, frutos do mar, entre outros), ou ainda contato direto com utensílios contaminados (como compartilhamento de escova de dentes).

As hepatites são doenças silenciosas. Os sintomas mais comuns são: cansaço, febre, dor abdominal, tontura, enjoo ou vômito e icterícia. Porém, é normal que pessoas portadoras de hepatites não apresentem nenhum desses sintomas. Por isso, a consulta médica e a realização de exames são essenciais para o diagnóstico precoce, capaz de evitar complicações.

O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos. Após a confirmação, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno. Causa insuficiência hepática aguda grave e pode ser fulminante em menos de 1% dos casos.

Prevenção

A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico, como por exemplo:
– Lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos;
– Lavar bem, com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
– Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
– Não compartilhar utensílios pessoais;
– Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios, para não comprometer o lençol d’água que alimenta o poço. Deve-se respeitar, por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o poço e a fossa do tipo seca, e de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias de infiltração e outros.

Hepatite B e C

Os vírus da hepatite B e C são transmitidos principalmente por meio do sangue. Por isso, suas principais formas de contágio são o compartilhamento de materiais cirúrgicos (ou de manicures, odontológicos ou de tatuagem) e drogas injetáveis, ou por relação sexual sem o uso de preservativo. A hepatite B também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto (transmissão vertical).

Os sintomas dessas hepatites são muito similares aos da hepatite A, com o agravo que essas podem evoluir para quadros de cirrose ou até câncer de fígado. O diagnóstico das pessoas com hepatite pode ser feito na Atenção Básica e complementado na Atenção Secundária (Serviços de Atendimentos Especializados às Hepatites Virais).

Contra a hepatite C não há vacina. Para a hepatite B, a vacina está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde para as pessoas com menos de 49 anos e públicos de maior vulnerabilidade (gestantes, manicures, bombeiros, policiais, profissionais do sexo, pessoas portadoras de HIV, entre outros). A imunização para a hepatite B é realizada em três doses, com intervalo recomendado de um mês entre a primeira e a segunda e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

Assessoria Secretaria Estadual de Saúde