Muitas cidades do Brasil enfrentam a superlotação de cemitérios, que não possuem espaço para novas sepulturas. Com Bento Gonçalves não é diferente, pois famílias que não possuem jazigos com espaços reservados correm o risco de não ter onde enterrar seus entes. Entretanto, a Prefeitura Municipal garante que estão sendo feitos trabalhos e campanhas para que os munícipes optem pela cremação, mas a tarefa não é fácil.

No município, a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (Segimu) é quem cuida dos locais. O secretário Vanderlei Alves de Mesquita salienta que os munícipes não precisam ficar apreensivos, pois ainda há vagas disponíveis. “Nós demandamos judicialmente desocupações que eram legais e necessárias. Trabalhamos de forma ordenada e eficaz para que sejam utilizados os espaços por quem, de fato, precisa”, diz Mesquita. Além disso, ele salienta que é feita uma triagem, pois, segundo ele, muitas vezes, as famílias possuem espaços e pretendem ocupar um novo quando falecem entes queridos.

Mesmo com campanhas sendo realizadas nos últimos dois anos pela Secretaria, a procura por cremações, que seria a solução para a superlotação, é quase inexistente na Capital do Vinho. “Foram disponibilizadas vagas nesta modalidade, mas ainda há certa resistência, lembrando que cultural e religiosamente, a cremação, em muitas áreas, ainda não é bem aceita”, salienta Mesquita.
Além disso, é possível que sejam criados cemitérios verticalizados, como acontece na maioria das grandes cidades do mundo, entretanto para que isso aconteça e para que a manutenção dos existes seja mantida, a população precisa estar em dia com o pagamento das taxas. “São contribuições de manutenção, mas como toda taxa ou imposto, o município tem certa dificuldade para receber espontaneamente”, observa o secretário.

O trabalho que é feito com a população exige cuidado, principalmente pelo momento sensível em que normalmente se encontram quando o assunto é onde e como enterrar o familiar. “Procuramos realizar entrevistas com os responsáveis para procurar colocá-los em um mesmo espaço quando possível, principalmente quando eles não optam por cremação”, comenta.

Mesquita garante que o cenário de administração e manutenção de cemitérios é bem complexo em qualquer cidade, pois existem diversas exigências a serem cumpridas pela legislação. “É também necessário ter cuidado com o tratamento dado ao munícipe, pois geralmente o contato é realizado em um momento de fragilidade. Assim sendo, vamos trabalhando para servir da melhor forma, sempre respeitando o nosso cidadão. E é por conta disso que estamos também trabalhando com a modernização e ampliação dos cemitérios”, finaliza.

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