Encerrar o ano sem dívidas. Esta é a expectativa do secretário de Saúde de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, com a reestruturação da Secretaria. Fatores como austeridade na elaboração de contratos, fracionamento de licitações, redução nos horários de atendimento das Unidades Básicas de Saúde, (UBS), deverão gerar economia suficiente para finalizar as contas da gestão com superávit em 2017. Siqueira afirmou que os primeiros quatro meses do ano, já possibilitam prospectar novos investimentos na área.
Na avaliação de Siqueira, mesmo com o cenário de crise econômica instalado no país, o objetivo proposto ao assumir a pasta foi alcançado. “Ainda que tenhamos um cenário de crise no Brasil, a gente já tem uma previsão um pouco mais tranquila na questão financeira, o que nos possibilita organizar financeiramente as contas, fazer com que tenhamos uma perspectiva de um saldo positivo no final do ano. Não iremos ficar em débito com a empresa terceirizada ou com o salário dos funcionários; vamos conseguir manter os medicamentos até o último dia do ano”, salienta.

Terceirização e medicamentos

Conforme o secretário, um plano para dividir as licitações foi criado, pois, o modelo utilizado impossibilitava o gerenciamento correto das atividades da pasta. “Partimos de uma ideia de fracionar os processos licitatórios por cargos, funções e serviços por entender que dessa maneira teríamos um controle maior do que está sendo oferecido à população”, afirma.
Outro aspecto analisado pelo secretário está voltado ao chamamento de aprovados em concursos públicos. A mudança desligou e substituiu cerca de 100 funcionários terceirizados. “Com essa ação, reduzimos, automaticamente, os gastos com a folha de pagamento”, lembra.
Nestes primeiros quatro meses, a política de compra e dispensação de medicamentos também foi aprimorada. Dos 150 itens obrigatórios pelo Sistema Único de Saúde, (SUS), cerca de 15 não estão sendo oferecidos. Siqueira justifica que grande parte dos medicamentos faltantes se deve a problemas diretos com fornecedores.

Postos de saúde, obras e investimentos

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) também sofreram cortes com a reestruturação do gerenciamento na saúde de Bento. A mudança nos horários de atendimento integrou a primeira etapa do processo de reorganização financeira. Siqueira espera que a partir do mês de junho, alguns postos de saúde voltem à sua normalidade de horários e, a partir de julho possa ser reestabelecido o atendimento nas comunidades do interior. “Temos uma projeção de que já no segundo semestre desse ano tenhamos condições de contratar mais profissionais e, automaticamente, voltar à normalidade os atendimentos, principalmente nas UBS do interior de Bento”, acredita.
Até o final do ano, estão previstas novas obras no complexo hospitalar, desde a reforma do prédio do antigo hospital até a finalização da Central de Patologias e Análises Clínicas, que integram a primeira etapa de obras e investimentos. A segunda parte do projeto é a construção de um novo bloco cirúrgico para os procedimentos. Segundo Siqueira, a previsão é de que as obras sigam durante todo o restante de 2017.

Traumatologia

Considerado um antigo problema, não há perspectivas para colocar o município de Bento Gonçalves como referência na área de traumatologia. Conforme Siqueira, existem tratativas com cerca de 30 municípios, porém, não há expectativa para uma solução a curto prazo. “Alguns apoiam, independentemente de valores a serem aplicados por município, outros querem garantias de que pagarão apenas pelos seus munícipes. Existem aqueles que exigem que o Estado pague pelo serviço e, em alguns casos, há prefeitos que não tem apoio parlamentar nas Câmaras de Vereadores, que travam a aprovação de possíveis contratos. Hoje não há uma linha em que todos os municípios apoiem”, afirma.
O secretário acredita que a solução para Bento Gonçalves em curto prazo seja aguardar que a referência seja dada ao município e, posteriormente, atrelar o mínimo possível de municípios que aceitem o cofinanciamento dos procedimentos. Não há prazo para resolver o impasse. “Tudo depende do Ministério da Saúde e o ministro Ricardo Barros já disse que não haverá liberação de nenhuma referência no Brasil inteiro, pelo menos para este ano”, lamenta.

Segundo semestre

Siqueira acredita que o segundo semestre de 2017 será de maior tranquilidade, o que possibilita maiores investimentos nas áreas prioritárias. “Vamos continuar tendo nossas obrigações, enxugando ainda mais a secretaria, assim, com mais tranquilidade, pretendemos reativar alguns atendimentos, voltar a investir e seguir com a perspectiva de encerrar o ano sem dívidas. Com certeza teremos anos fantásticos pela frente”, finaliza.