Quase extintos, alguns profissionais são difíceis de serem encontrados, isso por que algumas profissões estão desaparecendo com o passar dos anos. Mas ainda há muitas que resistem ao tempo, à crise e à chegada das novas tecnologias. A questão é que dificilmente você encontrará alguém que possa atender as suas necessidades sem procurar. Os responsáveis por afiar, polir e manter facas e ferramentas de uma forma geral, conhecidos por afiadores ou amoladores, ainda existem e fazem com que esta profissão não seja esquecida. É o caso de Unildo José Trucolo, 70 anos, e de Reinor Pessin, 72. Os dois são responsáveis pela Afiação Frare, localizada no bairro Maria Goretti.

Trucolo trabalha há quase 40 anos no ramo. Iniciou as atividades na empresa Todeschini, quando ainda fabricava acordeões. ” Iniciei lá em 1960, após o fogo, eles foram para o Fenavinho fabricar móveis, e foi aí que eu aprendi a afiar os matérias que eram necessários. Depois eu fiz curso e trabalhei aproximadamente 18 anos na afiação. Em 1995 fui para a Sandrin onde fiquei até 2002 neste mesmo ramo, e após me aposentei. Eu tinha colegas que eram donos de uma afiação, o Nelson Sartori e o Luis Frare que hoje já estão falecidos e acabei indo trabalhar com eles. Agora faz dois anos que tocamos o que eles começaram aqui no bairro Maria Goretti”, comenta, explicando que sempre foi muito grato aos dois pelo aprendizado e trabalho realizado.

De marceneiro a amolador

Renoir Pessin, 72 anos, há dois anos realiza a atividade que aprendeu aos poucos com Trucolo. Ele era marceneiro e trocou a madeira pelo ferro. “Trabalhei três anos no Fasolo, depois mais três em uma firma perto da minha casa, e após fui para o Sperotto onde trabalhei oito anos”, destaca. Passado algum tempo, ele resolveu abrir o próprio negócio. “Trabalhei 40 anos aqui onde atualmente é a fiação. Minha esposa também me auxiliava, mais tarde nos aposentamos”, frisa.

Ele aborda que é bom ter uma ocupação. “Se não tiver o que fazer, envelhecemos mais rápido. É bom vir trabalhar, dar risada, passar algumas horas. São momentos prazerosos e descontraídos”, relata. Além disso, comenta que vários procuram o serviço. “Pessoas de diversos lugares da região nos procuram. Acredito que não tenha mais ninguém que faça esse trabalho por aqui. Existem fábricas maiores, mas nosso negócio é simples”, finaliza.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 30 de abril.