Afim de evitar o aparecimento do Cancro da Videira nos parreirais do Estado, o Inspetoria Estadual Agropecuário de Bento Gonçalves está realizando o monitoramento da produção e, ao mesmo tempo, orientando os produtores da região. A doença, que foi registrada pela primeira vez no Brasil em 1998, no Vale do São Francisco, tem potencial para dizimar até 100% da produção das propriedades em casos mais extremos.

Os sintomas da doença são variados. Nas nervuras e pecíolos, nos ramos e ráquis dos frutos, formam-se manchas escuras alongadas, conhecidas como cancros. As bagas são desuniformes em tamanho e cor, podendo ainda apresentar lesões. De acordo com o fiscal estadual agropecuário, Juliano Luiz Schneider, eles podem ser parecidos com outras doenças, mais comuns e de simples resolução. “Por isso é bom que eles nos procurem para que possamos comprovar o aparecimento da doença no laboratório e fazer a contenção e o tratamento adequados”, alerta.

Schenider ainda alerta que as uvas tintas de mesa, sobretudo as sem sementes, são as mais suscetíveis à doença. “Quando ocorrem modificações genéticas, algumas partes não tão positivas do DNA vêm junto. É o caso da retirada da semente nas uvas de mesa”, descreve.

A disseminação do Cancro da Videira se dá, principalmente, pelo contato do parreiral sadio com materiais infectados, sejam eles da própria planta doente ou mesmo de materiais que colheita, como contentores, tesouras de poda ou luvas. Por isso, Schneider descreve que o momento que inspira mais cuidados para manter longe a doença é na hora da plantação de novas mudas ou na troca de parreiral. “É preciso que os produtores busquem viveiros com certificação”, completa.

Produtor consciente

Uma dos parreirais abordados pela Inspetoria Estadual Agropecuária foi Marcos Vinícius Patussi. O produtor, que deve colher 25 toneladas de uvas de mesa neste ano, afirma que dificilmente o Cancro da Videira terá espaço no município, uma vez que a Embrapa Uva e Vinho fornece mudas de qualidade para os produtores.

Ainda de acordo com o produtor, o mais comum nas uvas de mesa é o próprio produtor buscar um parreiral saudável e fazer o enxerto. “Dessa forma temos certeza de que a variedade é a correta, além de certificarmos da procedência”, descreve.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, dia 18 de fevereiro de 2017.