Um homem discreto que gostava de estar próximo aos amigos. Um senhor que tinha vocação para ouvir as pessoas e estar próximo da comunidade. Este era Francisco Mário Andognini, o Padre Chico. Um conselheiro espiritual que há um ano lutava contra um câncer e que acabou falecendo no Hospital da Unimed em Caxias do Sul na manhã de sexta-feira, 20.

Padre Chico, segundo o amigo Clemente Mieznikowski, ex-vereador do município, era um grande orientador nas relações humanas e espirituais. Além disso, era um senhor que gostava de conversar e ensinar. “Eu perdi um grande amigo, posso dizer que ele era quase meu irmão. Quando o procurei foi para me fortificar espiritualmente e consegui. Ele tinha poderes e conhecimentos que nunca vi em outra pessoa”, lembra o amigo.

Por 12 anos Mieznikowski e Pe. Chico acordaram às 6h para fazer uma caminhada matinal pelas ruas do município. “Em algum desses momentos foi quando ele me convenceu a entrar na política, mas não foi fácil, ele ficou mais de quatro anos conversando comigo e mostrando que eu tinha potencial para trabalhar na profissão”, salienta o vereador.

Uma das certezas da vida, é que a morte chega para todos um dia. Era exatamente isso que Mieznikowski tinha em mente quando tentava aproveitar ao máximo todos os momentos ao lado do sacerdote. “Todo momento que eu tinha e sabia que podia ‘gastar’ ao lado de um amigo querido, fazia. Eram horas e horas de trocas de conhecimento. Tenho convicção que foi um grande privilégio e jamais esquecerei”, emociona-se.

Mas não somente os amigos mais próximos de Pe. Chico que sentirão a morte do pároco. Pe. Ricardo Fontana, da Paróquia Santo Antônio, salienta que a comunidade como um todo perderá “um conselheiro espiritual e personalizado”. Para Fontana o momento é de fé e de lembrar dos ensinamentos transmitidos por Chico. “Ele atuou ativamente na nossa sociedade. Difícil uma pessoa ir conversar com ele e não sair renovado espiritual e mentalmente. Para algumas empresas ele foi até um pai, pois em momentos difíceis ele esteve presente levando a palavra de Deus e todos os conhecimentos adquiridos ao longos dos anos em que trabalhou sendo um conselheiro”, garante Pe. Ricardo.

Em nome dos empresários do município, Laudir Piccoli, Presidente do Centro de Indústria e Comércio de Bento Gonçalves, falou que é um momento difícil para a comunidade em geral e lembrou que Pe. Chico sempre foi um lutador. “Ele queria o bem comunitário, sempre se preocupou com as famílias e com o bem-estar delas. Tinha o dom de ajudar as pessoas e neste momento a cidade perde um grande líder religioso”, diz Piccoli.

Outro amigo do sacerdote bento-gonçalvense era Eurico Benedetti, presidente do Grupo Bentec, que garantiu que “há pessoas que já nascem com uma estrela, e a dele brilhou muito”. Além disso, Benedetti salientou que, se Pe. Chico descansou, eles não estão sofrendo pela morte dele, mas sim pela falta que ele irá fazer. “Era um homem excepcional. Além de uma autoridade eclesiástica, era um conciliador, um visionário do trabalho e do progresso, além de uma pessoa especial, daquelas que tu sabe que vieram ao mundo para fazer o bem, independente da classe social”, salienta o presidente.

A missa de encomendação do corpo de Padre Chico está marcada para as 10h do sábado, 21, na Paróquia Santo Antônio. A pista da direita da Rua Marechal Deodoro, entre a Julio de Castilhos e a Assis Brasil, poderá ser bloqueada para tráfego de veículos. Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (DMT) estarão no entorno para monitorar a passagem de automóveis a partir das 8h deste sábado até o encaminhamento do cortejo.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 21 de janeiro de 2017.