Há uma pergunta que sempre surge quando uma grande feira acontece em Bento Gonçalves. Quanto traz de retorno um evento deste porte? Pois fica difícil responder em poucas palavras. Há tantas facetas a explorar, e tantos dividendos, que possivelmente seja impossível mensurá-los. Mas, tantas vezes a pergunta se repetiu, que os moveleiros conseguiram chegar a um número interessante.

Os cinco dias da feira, mais o período que a antecede e aquele da desmontagem, deixam no município recursos na ordem de 20 milhões de reais. Quem precisou se deslocar no trânsito ou foi a algum restaurante nas noites em que a Fimma Brasil se realizava, percebeu que o movimento era fora do normal. A cidade respirou feira e recebeu visitantes de vários estados e países. Muita gente daqui aproveitou para fazer um trabalho extra. Mas não é isto o que mais conta. O que vale mesmo é que, ao longo dos anos, gente se especializou em prestar serviços em diferentes áreas permitindo que os profissionais que aqui aportem sejam atendidos de forma eficiente.

Outra vantagem está na observação de marceneiros do Centro Oeste, que afirmaram não conhecer várias das tecnologias que aqui já são empregadas. Ou seja, de fato, este polo está à frente em termos de tecnologias.
Mas, o que fica claro, é que não se faz uma feira desta envergadura fora do estado de São Paulo, ou de uma capital, sem enfrentar resistências. A cada ano é uma luta para convencer expositores que o polo local se modernizou, cresceu e enfrenta esta distância todos os dias do ano. Além disto, há a burocracia estatal e pior do que ela, a inépcia em dotar a região de uma infraestrutura condizente com a riqueza aqui gerada.

A Fimma Brasil terminou ontem com mais de 30 mil visitantes e com atrações do pequeno marceneiro ao grande industrial. Uma feira democrática e de números satisfatórios em meio a uma época de incertezas quanto ao futuro da economia do país. Cabe, desta forma, elogiar os organizadores e aguardar por março do próximo ano, quando aqui se realizará a Movelsul. Quem sabe, com uma estrada federal em melhores condições do que esta que o DNIT acaba de receber; quem sabe com um Brasil retomando o rumo do crescimento.