tre os governos estadual e municipal, nos casos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e da ERS-431, é inevitável. As duas obras não conseguem avançar e prejudicam a comunidade de forma direta, nas áreas da saúde e infraestrutura.

Ao que tudo indica, da forma como as obras não acontecem, a UPA III deve ser entregue aos seus usuários somente em 2015. Desde 2012 é assim, perdemos a conta de quantas vezes foram anunciadas previsões de abertura e de conclusão da obra. O governo municipal trocou de mãos e, um ano e três meses depois a situação segue a mesma. Incompetência política, descaso das empresas ou, até mesmo, negligência. Várias desculpas foram dadas e, de prático mesmo, muito pouco foi feito. Agora, teremos que esperar até maio e torcer que uma construtora se habilite a tocar o projeto e, finalmente, concluir a tão sonhada UPA. O aumento da estimativa de gastos pode ser um alento que desperte o interesse de uma empresa.

A falta da UPA, indiretamente, acaba travando outras obras, como a construção do PA 24 horas do bairro São Roque e a reforma do PA 24 horas que funciona no antigo Hospital Walter Galassi. Prejuízos financeiros e políticos sem dúvida alguma.

O caso, ou descaso, da ERS-431 é ainda mais grave. Lá, a comunidade sonha há mais de duas décadas por uma rodovia decente. E, pelo que vemos, vai esperar, pelo menos, mais outros 20. Nem o fato de um desmoronamento ter ocorrido no local comoveu o governo do estado. Foram quase cinco meses até que uma empresa fosse definida para realizar a obra. Mais do que isso. Depois de todo este tempo de espera, a comunidade descobre que apenas o quilômetro 13,5 da rodovia será recuperado. O quilômetro 21 e outros seis trechos críticos da rodovia seguirão sem uma manutenção sequer.

O secretário estadual de Infraestrutura, João Domingues, conversou muito ao longo destes 130 dias, alegando que estudos estavam sendo feitos pelo Daer para que uma obra definitiva fosse feita no local. E, no momento em que autoriza o início dos trabalhos, descobre que o Daer não solicitou uma licença ambiental, que precisa arrancar postes e até remover uma casa de local. Este, realmente, é o cúmulo do descaso com uma região como Bento Gonçalves, que impulsiona a economia gaúcha e garante boa parte dos números positivos do setor industrial do Rio Grande do Sul.

Resumindo, enfrentamos problemas nas duas esferas, municipal e estadual. Mas, o otimismo e, principalmente a cobrança, não devem ser deixados de lado. É preciso que a população se mantenha atenta e atuante, para que, no período eleitoral, nossos políticos tenham a memória refrescada pelas obras prometidas e não realizadas.