A realização do Fórum Municipal de Turismo trouxe à tona uma discussão que é defendida há muitos anos pela comunidade bento-gonçalvense: um espaço de lazer voltado para as crianças. Infelizmente, não dispomos de um parque público ou uma área de lazer que contemple a recreação infantil e a reunião das famílias.

A situação diagnosticada pelos técnicos em turismo mostra que não houve uma preocupação do poder público, ao longo de várias administrações, com o bem-estar da população quando o assunto é diversão e entretenimento. Hoje, a única opção para as crianças são as praças públicas, que receberam melhorias nos últimos anos. Porém, muitas delas deixam a desejar na questão de infraestrutura. Não possuem banheiros públicos e também não há lancherias ou vendedores ambulantes para atender a população que frequenta estes locais.

Este descuido com as áreas de lazer mostra que temos muito a aprender com a nossa vizinha Gramado. Lá, o entretenimento para crianças virou um negócio dos mais lucrativos. Aqui, esquecemos que até mesmo os turistas que nos visitam têm filhos e não dispõem de um local adequado para levá-los. Até porque criança não pode tomar vinho.

É preciso repensar uma estratégia para mudar esta situação. Hoje, estamos órfãos de um parque público, mesmo tendo um espaço estratégico junto ao terreno da Fundaparque, que deixou de pertencer ao Executivo Municipal. Um local fechado e seguro que poderia ser, além de um atrativo comunitário, também um captador de novos turistas.

Mas, para que este desejo se torne realidade é preciso que as lideranças políticas, empresariais e comunitárias se unam em prol desta antiga reivindicação da comunidade bento-gonçalvense. É inadmissível, até mesmo nos grandes centros, uma cidade sem um parque público ou uma área de lazer com infraestrutura condizente para receber as crianças e seus familiares. Precisamos pensar no desenvolvimento econômico e turístico de Bento Gonçalves, é claro. Porém, se não voltarmos nossos olhos para empreendimentos que nos permitam uma melhor qualidade de vida e momentos de descontração, viveremos em uma cidade de puro concreto, fria e sem sentimentos.