Em qualquer cidade turística do Brasil, o Centro sempre é uma atração para quem vem de fora. Seja ele histórico, ou não, é o coração de qualquer município e precisa ser mantido como um local que chame a atenção pela beleza e seus cuidados. O Poder Público de Bento Gonçalves, em parceria com as entidades de classe (leia-se CDL, Sindilojas, Sindicato dos Comerciários e Sindicato de Bares, Hotéis e Restaurantes) precisam pensar em qual será o futuro de nossa área central.

Pois hoje, o turista não passa mais pelo Centro da Capital do Vinho. Eles entram na cidade para se hospedar ou apenas jantar. Esta área deixou de ser rota turística. Parece não fazer mais parte deste eixo, sendo substituída pelo enoturismo e as atrações existentes nos distritos.

O retorno da La Fontana (aquela fonte que jorra vinho) e a revitalização da Casa do Vinho são algumas alternativas que podem ajudar neste processo de atração dos visitantes. Porém, estes dois elementos sozinhos não são capazes de inverter a atual situação. Precisamos de mais, muito mais. Uma boa opção é termos mais restaurantes abrindo aos domingos, com cardápios diferenciados e que remetam a nossa tradicional cultura italiana.

Além disso, é preciso rever as questões sindicais e trabalhistas, onde seja permitido a abertura do comércio aos domingos. Afinal, uma cidade turística precisa sair dos conceitos tradicionais e oferecer alternativas para quem vem de fora. Pois hoje, quem visita o Centro aos domingos não encontra nenhum local para comprar uma lembrancinha da cidade que está visitando. O turista não dispõe de um café para fazer um lanche rápido e uma atração musical que seja para ficar contemplando enquanto tira fotos dos prédios históricos e da igreja Santo Antônio. Nossa história precisa ser preservada, cultuada e mais divulgada. É uma relíquia que merece ser apreciada pelos visitantes.

A Via del Vino precisa, urgentemente, voltar a ser um referencial em atração turística para Bento Gonçalves, que carece de atrativos longe dos parreirais. Há um potencial enorme para que isso aconteça, mas não se pode deixar tudo na mão do Poder Público. Se cada um fizer a sua parte, teremos uma nova realidade na área central. Um espaço que não será de usufruto apenas dos turistas, mas da comunidade bento-gonçalvense como um todo.