O crescimento vertiginoso da violência está assustando os moradores da Zona Leste de Bento Gonçalves. Antes, o que era restrito apenas aos bairros periféricos, infelizmente, também se tornou realidade no Santa Helena, Santo Antão, Santa Marta e Fátima. Roubos, drogadição e vandalismo viraram algo constante na rotina destas comunidades. Algo difícil de lidar e longe de uma solução.

O desaparelhamento dos órgãos de Polícia, com cadeias superlotadas e escassez de pessoal são apenas algumas das demonstrações da falta de infraestrutura que o Estado deixa de oferecer ao segmento da Segurança Pública. O Presídio de Bento Gonçalves, que já foi interditado e não tem mais condições de abrigar apenados, opera com no mínimo o triplo de sua capacidade e o contingente carcerário só não cresce mais porque o Poder Judiciário tem optado por manter soltos criminosos que cometem delitos menores.

A falta de investimentos na Educação e a lei que proíbe que o menor de 16 anos trabalhe contribuem para que, uma vez ocioso, o jovem procure coisas erradas, se deixe levar pelos conselhos das más companhias, sendo influenciado por pessoas que trilham o caminho do mal e da marginalidade. Estamos literalmente perdendo nossa juventude para as drogas e a marginalidade.

Hoje o cidadão de bem está refém. Não sai de casa por medo. Estando em lugar público, paira no ar o sentimento de insegurança e o pavor traumático de ser assaltado, violentado ou sofrer um sequestro-relâmpago, algo até pouco tempo impensado para um município do porte de Bento Gonçalves. Estampam os noticiários os relatos de furtos, roubos, e outras várias modalidades de violência empregadas pelos marginais.

Nem o Policiamento Comunitário, antes tão comemorado pelos cidadãos, tem conseguido intimidar a ação dos criminosos. Os pequenos comerciantes da Zona Leste estão acuados, fechando seus estabelecimentos cada vez mais cedo para evitar os ataques dos ladrões. Reféns da criminalidade, até quando seremos?