Quanto mais incentivos ao empreendedorismo em determinado lugar ou região, melhores serão seus índices socioeconômicos. Esta correlação ficou clara mediante o cruzamento de duas pesquisas independentes – uma aferiu o grau de desenvolvimento dos municípios paranaenses, outra mediu o seu índice de empreendedorismo. Quando os dados de ambas foram sobrepostos, ficou evidente a coincidência na classificação: das 25 cidades mais desenvolvidas no Rio Grande do Sul, entre elas Bento Gonçalves, 21 delas se destacavam pelo avanço no empreendedorismo.

Uma das sondagens provém do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), um dos mais respeitados indicadores usados na aferição do desenvolvimento econômico e social no País; a outra é resultado da pesquisa do Índice de Desenvolvimento Municipal para a Micro e Pequena Empresa (IDMPE), elaborado pelo Sebrae. O fruto da atenção que o Poder Público dispensa ao empreendedorismo frutifica tanto na criação de empregos quanto no aumento da renda da população e na arrecadação tributária – um círculo virtuoso que favorece o crescimento da qualidade geral de vida e que se reflete na conquista de boa posição no mais importante e universal indicador – o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Em Bento Gonçalves, estamos chegando a marca de quase 800 microempreendedores individuais. Apesar da crise econômica, este nicho de mercado continua crescendo e registra números baixos de fechamento das microempresas. São profissionais que abriram seu próprio negócio e estão conseguindo aprimorar suas atividades. O Poder Público também está fazendo a sua parte. Sem conseguir atrair grandes indústrias, por falta de áreas adequadas para instalação, a Prefeitura está investindo na atração de empresas de tecnologia, as chamadas startups, que geram um bom retorno em impostos ao município.

Precisamos, sim, é que o Governo brasileiro crie uma política que permita ao micro, pequeno, médio e grande empresário empreender realmente. Uma redução da pesada carga tributária já seria um alento para alavancar o crescimento. Uma conclusão que facilmente se tira tanto do cruzamento das duas primeiras pesquisas citadas quanto de tantas outras que possam ser relacionadas é que desenvolvimento não combina com intervencionismo do Estado. O Estado pode (e deve) cumprir papéis indelegáveis, mas, se estiver realmente interessado em promover o bem-estar social e o progresso econômico, basta-lhe atrapalhar menos o empreendedorismo.