Um governo recebe a confiança e a designação dos cidadãos para gerir a “coisa pública”. Entenda-se aí manter os serviços de Estado como educação, segurança e saúde. Investir na melhoria da infraestrutura e pagar o funcionalismo. Para tanto precisa fazer compras, contratar serviços e pagar estas contas com o dinheiro auferido através de impostos.

O que se tem visto no Brasil é que a carga tributária aumenta sem trégua, os gastos em mordomias nunca enfrentam crise e serviços básicos como a segurança ou a educação acabam negligenciados. Está aí, anunciada pela direção do Hospital Tacchini, a suspensão da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica que fora inaugurada pelo hospital em julho do ano passado.

É forçoso concluir que a implantação de uma UTI não se faz do dia para a noite, que exige planejamento, investimento e pessoal qualificado. Tudo isto demanda uma boa soma de recursos e depois traz como resultado uma segurança em resolubilidade que deixa mais tranquila a população de toda uma região. Como se vê, o contrário é possível. Por conta de um canetaço que ordena o corte de despesas sem medir consequências, todo este esforço é posto por terra.

Há semanas se tem visto que a falta de repasse das verbas de saúde vem comprometendo atendimentos e exigindo ginástica dos gestores nos municípios, que é onde a população busca atendimento.
Pior é que num momento tão difícil, numa área tão cara à sensibilidade da população, justo nesta hora, o Congresso Nacional acena com um pacote de bondades para com deputados e seus cônjuges. Um pacotinho de R$ 130 milhões que, jura o presidente do Legislativo, não implicará em aumento de custos, pois haverá cortes na mesma proporção. Impossível acreditar.