Não é novidade que a maioria dos setores econômicos de Bento Gonçalves tem passado por dificuldades. Não atingiram as expectativas propostas no início do ano, por mais baixas que fossem. Não há pedidos, nem recursos suficientes para manter os funcionários, há dificuldade de manter os empregos e há estoques parados. Mas as complicações não terminaram por aí, mais demissões estão previstas e parece que não há com evitá-las. E não é só no município, o país inteiro está enfrentando esta situação complicada. E ainda, os gráficos tendem a descer cada vez mais.
Essa pseudocrise já estava prevista antes: seria ano de Copa do Mundo e ano de eleições, então era um ano perdido. Mentira. Eleições nunca foram sinônimos de grandes estagnações econômicas, tampouco grandes eventos esportivos. Os jogos Panamericanos foram sediados no Brasil em 2007, em um ano em que a economia era estável e milhares de empregos estavam sendo gerados. A verdade é que poucas pessoas têm conhecimento sobre o modelo econômico instaurado no Brasil nos últimos anos e que este sim é o verdadeiro causador desta situação.
Neste mesmo período, em 2007, o mundo estava em crise e a promessa de milhares de empregos precisava ser cumprida. A medida para chegar nesse resultado foi a liberação descontrolada de crédito para inovações e modernizações. Sem contar a liberação de créditos para as pessoas físicas e as facilidades de pagamentos com parcelamentos em mais de dez vezes. O resultado foi um consumidor endividado, as indústrias com os estoques cheios e a inflação subindo.
Os cidadãos não são obrigados a saber que quando o consumo é muito alto, a inflação também tende a subir, mas quem teve a genial ideia de liberar créditos durante uma crise mundial deveria ter o mínimo de conhecimento econômico e ter previsto as consequências que viriam mais tarde. Foi um investimento em crescimento mentiroso com políticas de improviso, fazendo com que as indústrias ficassem reféns do BNDES e do restante do governo. Que planejamento econômico é este que facilita o poder de compra em um momento, sabendo que mais tarde, com a renda comprometida não existe a possibilidade de se manter? Agora, a falta de infraestrutura e a alta burocracia são itens que somam ainda mais neste problema.
Está mais do que na hora de as pessoas pararem de tratar o seu país com descaso e desprezo. “Não vou votar porque não influencia nada em minha vida”. “Não vou me preocupar com as crises exteriores, tampouco com o histórico dos candidatos nos quais irei votar já que isso não influencia na minha vida” Influencia. E muito. Talvez não em curto prazo e nem drasticamente, contudo, a retenção financeira que as pessoas estão vivendo é resultado de escolhas feitas no passado e o preço a ser pago está sendo mais alto do que o estimado.