Menos de quatro dias após criminosos explodirem caixas eletrônicos no Botafogo, novamente nesta semana as agências bancárias foram alvo da ação de bandidos na Capital do Vinho. Sem demonstrar qualquer medo ou receio da ação policial, cerca de três criminosos -fortemente armados, é claro – detonaram artefatos no estabelecimento do Banrisul do São Roque. Parece que os assaltos a banco tornaram-se um negócio bem lucrativo na região.

Na quarta-feira, em Maximiliano de Almeida, um município com pouco mais de 5 mil habitantes, os assaltantes aproveitaram do baixo números de policiais na cidade e roubaram três bancos ao mesmo tempo. Uma audácia sem fim, que acotovela o cidadão contra a parede, deixando cada vez mais hematomas de penoso debelar.

A esse ponto já deve estar questionando qual o papel do policiamento ostensivo, que não impediu ou capturou os meliantes, não? Imagine a situação, você é um soldado que ganha em média R$ 3 mil mensais (parcelados), equipado com um revolver .38 ou uma pistola 9mm, um colete padrão e um cassetete. À frente, uma ocorrência de assalto a banco com cinco homens fortemente armados com pistolas, fuzis que facilmente perfurariam coletes balísticos e carros potentes. Por mais preparatória que seja a academia de polícia, a inteligência emocional e a coragem dos policiais, essa batalha ainda não parece uma peleia muito justa, concorda? Não afirmamos aqui que os policiais foram omissos ou deixaram de cumprir suas obrigações profissionais, mas sim, expomos a necessidade da melhora nos equipamentos e materiais utilizados por nossas forças de contenção, além do mais que óbvio chamamento de novos policiais, que trabalham há anos com números defasados em todo o estado.

Aí nessa equação também entram velhas reivindicações de todo plantel policial, como a revisão do Código Penal, a necessidade de novos presídios, a ineficiência jurídica, que resulta no já conhecido “enxugar gelo”, pois afinal, de que adianta colocar pessoas perigosas atrás das grades se em menos de um ano estarão de volta às ruas? Ou pior, encarcerar para que quando deixarem as penitenciárias estejam piores do que quando entraram? A história da “Escola do Crime”. Pois bem, mas entre mocinhos e bandidos, quem sofre é a população. Mais uma vez centenas de pessoas foram acordadas por copioso estrondo no meio da madrugada. Mais uma vez os prejuízos precisam ser contabilizados. Mais uma vez a sensação de insegurança volta a Bento Gonçalves.