As notícias que vêm de Brasília dão conta de uma espécie de migração do poder. O eixo estaria mudando do Palácio do Planalto em direção ao Congresso Nacional onde o deputado Eduardo Cunha se elegeu presidente à revelia da vontade da Presidência e deve mostrar a propalada autonomia entre poderes, ou, cobrar caro pelo alinhamento.

Pois na edição de hoje o Semanário não deixa de prestar uma homenagem a esta fundamental independência entre os poderes. Já se vão três décadas desde que a Câmara passou a ocupar um espaço amplo e digno não apenas para os vereadores, mas também para que os cidadãos pudessem acompanhar as sessões de forma confortável e digna. Mudaram os tempos, novas necessidades vieram e houve um inchamento exagerado. Hoje o legislativo municipal não cabe mais naquele espaço outrora amplo.

Neste meio tempo um novo Fórum foi construído. Empresários – veja só – lideraram a construção de uma sede para a Justiça do Trabalho. Sindicatos edificaram novas sedes, empresas tiveram o comando mudando de mãos, algumas potências surgiram, outras sucumbiram aos novos tempos. A Câmara ficou pequena e a prefeitura não mudou de endereço. Ocupa espaço central em prédio histórico. Ainda que não tivessem ocorrido os percalços financeiros dos últimos anos não se viu prosperar o projeto de um Centro Administrativo novo. Enquanto isto, milhares de reais são gastos mensalmente a título de aluguel. Não deixa de ser um sinal de que a prosperidade do município é desigual no setor privado e no setor público. É preciso mudar esta realidade.

Ao contrário de Brasília, onde dinheiro parece jorrar sem que exista medo de um dia a fonte secar, aqui as verbas têm sido insuficientes. Outra diferença: aqui não há disputa de poder entre os poderes Legislativo e Executivo. Esta não é, necessariamente, uma boa notícia.