Previ que o PIB do Brasil no ano passado seria negativo em 3,5%. Deu 3,6%.

Escrevi também que nosso país nunca tinha visto 2 anos consecutivos de redução no PIB com tamanha força (somente em 1930 e 31 ocorreram dois anos de redução seguidas). Escrevi também que o ano de 2016 seria realmente o fundo do poço.

Nesses últimos 2 anos acumulamos um decréscimo na produção de bens e serviços de 7,5%. Isto é muito para ser recuperado em poucos anos mas o importante é começar a ver melhoras.

Isto é uma herança principalmente dos 2 períodos governados pela presidente Dilma. E não foi sem aviso pois muitas vezes colocamos que as medidas adotadas nos últimos anos do primeiro mandato da Presidente com os 2 primeiros anos antes do impeachment foram alicerçados na expansão dos investimentos públicos sem preocupação futura gerando déficits orçamentários enormes agora e via expansão do consumo que gerou inflação e sem consistência pela má distribuição da renda que ainda temos neste país.

Ano passado foi um dos primeiros anos da história brasileira que todos os 3 macrossetores econômicos (agropecuária, indústria e serviços) tiveram resultados negativos. O setor primário decresceu 6,6%; a indústria caiu 3,8%; os serviços diminuíram 2,7%. Outro dado importante foi que o comércio ( que entra no cálculo dos serviços ) caiu 6,2% no ano passado.

Comparando-se a nível internacional, de 38 países que divulgaram seus números do ano passado, o Brasil é que teve o pior desempenho econômico.

Estes resultados negativos foram previstos nesta coluna pois vínhamos dizendo há muito tempo que as decisões econômicas de regras malucas para o setor elétrico, incentivos a alguns setores em detrimento de outros (automobilístico por exemplo), utilização do BNDES como ferramenta de trampolim para poucas grandes empresas nacionais, aproximação com Venezuela, Cuba, países da África, China, Bolívia e Equador em detrimento de países mais desenvolvidos, gastos excessivos do governo federal como política expansionista da economia, entre outros fatores, gerariam problemas enormes em pouco tempo. Foi o que aconteceu. E vejam que nem falei na corrupção que anda solta por aí.

A conta teria que ser paga e está sendo paga por todo o povo brasileiro, especialmente numa taxa de juros enorme ( felizmente está baixando agora ) e com desemprego, um grande problema que ainda demorará um tempo considerável para ser ajustado. Números melhores começarão a aparecer este ano de forma lenta mas começaremos a arrumar a casa se os governos fizerem a parte deles. Os empresários e o povo já estão fazendo sua parte há muito tempo.

E alguém disse que “isto seria uma marolinha”. Eu quero dizer que, ao invés de ser uma marolinha, o momento de euforia anterior é que foi um voo de galinha.

Pense nisso e sucesso.