Um editorial de moda? “Mas que bobagem”, podem pensar alguns. Com certeza, só os “alguns” que param pouco para refletir. Fato é que nos vestimos todos os dias (bem ou mal) e que, todos os dias causamos boas ou más impressões aos que nos cercam. A cada momento, também com nossa forma de vestir, de falar, até mesmo de olhar, comunicamos mensagens que nos favorecem ou prejudicam, embora, muitas vezes, pensando ser astutos, nos recusemos a assumir o que nós mesmos estamos fazendo com nossa imagem.

Por isso a NOI de março tem sim, esse editorial de moda (pg. 51) e tem também uma coluna sobre gestão da imagem (pg.55). Além de um editorial, este trabalho é uma homenagem às mulheres, que, mais do que ninguém (na sua maioria), desdobram-se em cinco mil funções todos os dias para cuidar de filhos, casas, famílias, estudos e trabalhos, e, além de tudo, precisam provar com a aparência, postura e rendimento que são competentes.

Costumam (os homens) me criticar porque eu sempre me atraso. Mas aí argumento – enquanto eles precisam de apenas 5 ou 6 itens (camisa, calça, sapato, e quando muito, terno e gravata), nós precisamos de no mínimo outros dez para ficarmos “prontas” (brincos, trocentos tipos de maquiagem, cremes, adereços, etc). Isso é apenas uma analogia simples, para exemplificar também, a diferença entre a experiência de vida de um homem e de uma mulher hoje.

Estamos longe de alcançar a igualdade, mas muito mais sério que isso, é a dificuldade de alcançar respeito. Se você for trabalhar bem arrumada, cuidado, podem pensar que você está naquela função apenas porque é bonita. Se você não se arruma, atenção, você não tem cuidado consigo, é desleixada. Se você é ousada e confronta os homens, de repente, não é “mulher de verdade”. Se você quer ter um filho, reze para o mundo não desabar, afinal isso só prejudica as empresas… e assim vai.

Nada, nada fácil.

Mas, neste mês da mulher, que está por findar, cito nosso editorial de moda / homenagem desejando abraçar pessoalmente cada uma de nossas leitoras, que, com determinação e coragem superam-se diariamente, da melhor forma possível, para manter a feminilidade enquanto buscam a igualdade, em um mundo ainda extremamente machista e insensível.

Parabéns mulher! Receba nosso trabalho (meu, da Sarah Bertuol, Heloisa de Lucena, Edson Pereira e Ricardo Passarin) como um presente, feito especialmente para ti Abelha-Rainha, que é muitas em uma e inúmera em suas formas de realizar e amar.

Tenho orgulho, e muito orgulho, de ser mulher.