Aquela “coisa” que foi feita pelo PMDB e alguns outros adesistas de ocasião, chamada, ridiculamente, de “Constituição Cidadã” pelo líder maior do partido, se tornou uma colcha de retalhos esburacada, esfarrapada. Um dos seus artigos estabelecia que “os juros máximos a serem cobrados deveria ser 12% (doze por cento) ao ano”. Pois a deputaiada de Brasília e seus coleguinhas do senado jamais regulamentaram o artigo e os sucessivos governos omitiram-se, certamente a mando de um dos setores dos “donos do Brasil”, o financeiro. Pois o STF decidiu, em algum tempo, que “não era bem assim”. E os juros continuaram sendo a estupidez que campeia solta até hoje, com os mesmos de sempre se entupindo de dinheiro.

Juros pornográficos
No governo Dilma, a taxa de juros, Selic, chegou a cair até 7,5%. Mas, nada, em nenhum momento, foi feito para conter a fúria dos setores financeiros. Juros de empréstimos bancários a pessoas físicas e jurídicas continuaram nas alturas, batendo recordes mundiais. As operadoras de cartões de crédito cobraram e cobram juros pornográficos sistematicamente, pouco importando qual é a taxa de juros oficial; bancos sequestram dinheiro de seus correntistas que ousam sacar do cheque especial. Enquanto isso, as taxas de captação (o que os bancos pagam pelo nosso dinheiro aplicado com eles), mal passam de 1% ao mês. Esta semana a taxa Selic foi reduzida para 12,25% ao ano. No dia seguinte as operadoras de cartões de crédito AUMENTARAM os juros indecentes, imorais, pornográficos que cobram, batendo recordes jamais vistos em qualquer galáxia, descoberta ou não pela NASA.

O que “eles” fazem?
Claro que absolutamente nada. Pessoas e empresas (notadamente as médias, pequenas e micros, já que as grandes são beneficiadas porque estão inclusas entre os “donos do Brasil” e, por isso, conseguem jurinhos “de pai para filho” junto a bancos, principalmente os públicos) seguem, bovinamente, sem nada fazer, pagando esses saques contra seus bolsos. Se for a isso que chamam de “democracia” e de “economia de mercado”, há que se estabelecerem, claramente, QUAIS SÃO AS REGRAS que devemos seguir. Mas, obviamente, os governantes, ao longo do tempo, de qualquer partido ou “ajuntamento político”, nunca tiveram qualquer vontade de se posicionar contra aqueles que MANDAM no Brasil. Resumo: seja quem for que estiver no poder, o povo continuará sendo apenas “um detalhe”. Nada mais.

A grande farsa
Não recordo de ter visto, assistido ou ouvido nada semelhante ao que aconteceu em Brasília, no Senado. Um circo não teria feito nada melhor. Falo da “sabatina” a que foi submetido o ex-filiado do PSDB e aliado de ocasião do PMDB e PP, indicado para assumir a vaga como ministro do Supremo Tribunal Federal, o STF. Outras sabatinas foram feitas e eu as assisti. Mas, certamente, nenhum com tamanha conotação político-partidária. Aliás, o “pronunciamento” do mais de uma dezena de vezes delatado na Operação Lava Jato, senador Aécio Neves, do PSDB, foi algo fantástico. Só por esse “depoimento” dele a deputaiada e os senadores deveriam mudar urgentemente a legislação, de maneira que o cargo de ministro do STF só pudesse ser exercido por CONCURSO PÚBLICO, com candidatos sendo magistrados com experiência mínima de 15 anos. Mas, claro que essa gente não fará isso. Preferem que os “amigos” continuem no STF. E o povo, quietinho, assistindo a tudo.