Tenho ouvido muito, desde que fhc e brito começaram a entregar estatais, frases do tipo “dar de graça é lucro”. E nisso estavam incluídas as rodovias. Claro que as rodovias mais movimentadas, as que dariam lucro fácil cercando as cidades mais importantes do Estado. Na ocasião, sequer “fingiram” fazer as “audiências públicas”. Simplesmente entregaram com a colaboração de parlamentares “da base”, tanto no Estado quanto na União. As rodovias foram concedidas de forma inacreditável, assim, sem mais, nem menos, tendo havido até financiamento público para que as felizes concessionárias colocassem as cancelas e cobrassem preços abusivos dos otários – mais conhecidos por “motoristas” ou “usuários” – para trafegar. As rodovias, por falta de exigências contratuais, tinham raras obrigações de parte das concessionárias, sendo a principal a manutenção delas, mas sem exigências quanto à qualidade da tal de “manutenção”. A coisa toda começou tão ridiculamente que até o preço a ser cobrado foi fixado nos editais (R$ 3,00, em 1996) e os reajustes envolviam cálculos complexos que somente alguns “jênios” sabiam de que se tratava e como se os calculavam. Depois de 2003, quando novas concessões foram feitas pelo governo federal, o que se viu foram rodovias pedagiadas com longos percursos em ótimas condições, a preços de menos de um terço dos praticados nos pedágios gaúchos. Quanto às privatizações – (fantasticamente bem definidas pelo jornalista Amauri Ribeiro Jr, no seu livro amplamente documentado e ilustrado, “A PRIVATARIA TUCANA”, o qual recomendo para quem quer saber, mesmo, “das coisas”), o que vimos foram estatais entregues para que os felizes “compradores” – muito dinheiro público foi utilizado nessas “compras” – passassem a cobrar as faturas, sem nenhum ou raros compromissos com a população. A prova disso é que a telefonia celular que nos disponibilizam até hoje é a pior e mais cara do mundo (desafio provas em contrário). Os locais onde é impossível utilizar-se celulares são muitos. Onde há aglomeração de público, melhor esquecer o celular para não se estressar. Municípios onde as operadoras os entendem não lucrativos, não há telefonia celular. De Bento a Porto Alegre, por exemplo, não são poucos os trechos onde o celular “não pega”. Dentre grandes empresas estatais estão as ligadas à mineração e produção de aço. Considerando-se que o aço sofreu aumento de preços absurdos ultimamente, penso que o governo federal deva privatizá-las. A Vale do Rio Doce, por exemplo, que valia e vale algo em torno de 500 bilhões de dólares, poderia ser privatizada por 3 bilhões que ainda haverá quem entenda ser “um bom negócio”… Eeheheheh…claro que estou sendo irônico. E tem que ser irônico mesmo, pois o governo federal e do Estado do RS já estão prontinhos para “vender” o que sobrou de estatais e entregar rodovias. Breve haverá mais gente achando que “dar de graça é melhor”. Exigir a despolitização delas, nem pensar. Melhor dá-las aos “amigos” ou aos “donos do Brasil”. Afinal, seriedade pra quê, né?