Foi na minha juventude que fiz Curso de Datilografia, no Colégio Medianeira. Foi tão antigamente que pensei ser escrito com “ph” ao invés de “f”: dactilographia. E até recebi diploma numa formatura.
No concurso do Banco do Brasil (século passado) orgulhosamente apresentei o dito diploma que era um pré-requisito para a inscrição.
Para quem fez curso semelhante, é só lembrar: “asdfg çlkjh”. Era comum os dedos apertarem mais de uma tecla simultaneamente e as letras da velha “UNDERWOOD” se entreveravam, acavalando. E a prova final do curso foi uma surpresa: no teclado não haviam as letras escritas, ou seja, tinha que ser escrito sem cola, não olhando para o teclado. Tomei pau e fui para a repescagem.
Quem não fazia o curso era “dedógrafo”, também conhecido como “catador de grãos”. Isto valorizava os diplomados.
Se ainda existem escolas de datilografia não sei. Hoje a forma de escrever é outra: “dedãografia”.
Observem a rapidez com que a rapaziada escreve no “WhatsApp” e só com os dois dedos polegares. Incrível, tchê!
Já tentei escrever com tal maestria e o danado do corretor de texto alterou todo o sentido das frases. Passei até vergonha. Coloquei então o telefone numa mesa e fui digitando na moda antiga e conclui que o teclado não é para dedo grosso de mal treinado. Como é que esta juventude consegue? Treino e prática!
Para entender melhor o caso, espichei o pescoço por sobre o ombro de um “whatsapeiro” e cheguei a algumas conclusões:
a) Eles escrevem uma linguagem simplificada: kkkkkk, hihihihi…
b) Tem um corretor de textos que já adianta o que estão escrevendo e/ou pensando, e com prática isto ajuda.
c) O dedo polegar dessa gente tem uma agilidade fenomenal.
Estou tentando me adaptar aos novos tempos e descobrindo que o telefone celular não é apenas para falar e ouvir. Tem recursos ilimitados e se não souber utiliza-los perderei o trem da história.
Mais uns tempos e estarei “dedografando” esta coluna. Kkkkkk….