Em 1966, Bento Gonçalves era o sétimo município gaúcho dentre os 200 existentes. Sua produção industrial, era especialmente pelo setor vinícola, além de mecânica, instrumentos musicais, couros, estofarias, eletrometalúrgicas, alimentícias, químicas, vestuário, artefatos de cimento, gráficas, embalagens, tanoarias, madeireiras e marcenarias. Contava com 109 escolas primárias, 40 secundárias e três de ensino profissional.

Muita chuva, muito vinho e muita gente na inauguração da primeira Fenavinh. Tendo como chefe da Casa Militar, o General Ernesto Geisel (Bentogonçalvense) prestigiou a festa e acompanhou o presidente da república Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco.

A estátua do gaiteiro tem três metros de altura e pesa mais de 2.500kg, em pedra única, foi feita pelos freis Nelson Müller e Osvaldo Stefani, com o patrocínio de Acordeões Todeschini para a primeira Fenavinho.

No ano de 1966 o comendador Carlos Dreher Neto recebeu o título de “Personalidade do Ano” no setor industrial do Rio Grande do Sul, conferido pela rádio e TV Gaúcha.

Doi “Neivas”, um Cesna 140, um Cap 4 e um Aeronca compunham a frota do aeroclube que teve show de aviação com Esquadrilha da Fumaça, integrando as festividades dos 20 anos do aeroclube local. O céu de Bento Gonçalves cobriu-se de aviões. Esteve presente Assis Chateaubriand, trazido pela família Dreher que, em sua homenagem, lançou o vinho Velho Capitão.

Trens minuanos saíram de Porto Alegre especialmente rumo a Bento Gonçalves nos dias 25 e 26 de fevereiro de 1967, trazendo visitantes.

Tanto o pavilhão quanto a distribuição dos estandes foram planejados pelos engenheiros João Pompermayer e Nelson Tegon, mais o arquiteto Antônio Pasquali, na primeira edição.

A Varig (a maior empresa aérea da época) fez divulgação internacional da primeira Fenavinho, com materiais promocionais em seus voos.

O vinho servido no almoço do Presidente da República, na adega Dreher, na abertura da primeira Fenavinho 67, foi engarrafado especialmente para a ocasião com o rótulo: “Especial para o almoço Presidencial”.

Bento Gonçalves, em 1967: o maior produtor de vinhos do Brasil, o maior produtor de uvas do Brasil, o maior produtor de acordeões da América Latina, o segundo no estado em arrecadação pública e um dos municípios de menor índices de analfabetismo do país.

Maria Borges Frota escreveu as letras do Hino da Capital do Vinho, do Clube Esportivo e do Clube Aliança, o foram cantados pela primeira vez durante a primeira Fenavinho, pelo Coral Polifônico do Colégio Aparecida, sob a regência de Pedro Paganin. Mais tarde, pelo coral Bento-gonçalvense. Após essas apresentações, o governo municipal oficializou o Hino da Capital do Vinho.

Devo registrar que a ideia da grande festa, surgiu em 23 de Março de 1965, com a Associação de Ex-Alunos Maristas do Colégio Aparecida, reuniu-se para elaborar a programação de atividades do ano jubilar. Dentre as atividades, a comemoração do décimo aniversário do Escritório Modelo Félix Faccenda e a Exposição Industrial de Bento Gonçalves. Na diretoria: Presidente, Nilo Carraro; Vices, Moyses Luiz Michelon e Domingos De Paris; Secretário, Basílio Michelon, Mauro Poletto e Hilário de Souza Marques; Tesoureiros, Nestor De Rossi e Jane Cogo; Assessor, Irmão Avelino Madalozzo.

No dia 12 de Março foi encerrada, exitosamente, após ser apreciada por milhares de visitantes vindos de todo país e nações do prata, pretigiada pelas mais expressivas figuras, a primeira Fenavinho, deixando um marco na história de Bento Gonçalves, definindo claramente o “Antes e o Depois da FENAVINHO”.