Na coluna de sábado último, questionei a ação dos antipetistas e seus “panelaços”, com transmissão ao vivo no Jornal Nacional, bem como as “manifestações anticorrupção… do PT”, que levaram às ruas milhões de pessoas, vestidas de verde e amarelo, portanto faixas, cartazes e bandeiras. Sob a proteção dessas “manifestações democráticas”, membros do PMDB, do PP e, notadamente, do PSDB deram um “lance de mestre” e retomaram o poder (que sempre foi deles, desde 1.964).

Poder que perderam nas urnas em QUATRO eleições consecutivas. Isto é FATO, sem nenhuma conotação político-partidária. Pois bem, depois que “os mesmos” tomaram de assalto o poder no Brasil, devidamente apoiados por poderosas entidades empresariais (algumas delas com associados envolvidos até o último fio de cabelo com a “Operação Zelotes” e com a “Lava Jato”), imprensa comprometida com o “sistema” que impera no Brasil há, no mínimo, cinco décadas, passaram a fazer o que bem entendem.

Fazem e desfazem ao seu bel prazer, sempre com o apoio de “gente fina” que lhes dá respaldo financeiro e da mídia. Ética? Moral? Ora, ora, para que se preocupar com esses “detalhes” insignificantes! Esses “detalhes”, pelo que parece, só se aplicam aos petistas. Aos demais ladrões, corruptos, desonestos, amorais, não. Membros de partidos que agora se reinstalaram no poder estão passando ao largo de tudo o que motivou a destituição do governo anterior. Mas, não satisfeitos com tudo o que de ruim estão fazendo, conseguem, na maior desfaçatez, indicar um membro filiado ao PSDB (partido que parece ser imune a qualquer delação, seja de quem for) para ocupar o lugar do ministro Teori Zavaski. Fingem que não foram eles que criticaram incansavelmente as indicações de Lula e Dilma (o que não fizeram nas de fhc) para ocupar cargos do Supremo Tribunal Federal.

E não estou questionando aqui a isenção ou a moral do indicado, membro efetivo de um partido que está no poder e atual ministro, cargo de confiança, portanto, do cara que ocupa o cargo de presidente. Pior, exatamente a pessoa que defendeu tese de doutorado na qual afirmava que o STF não poderia ter ministro do STF nomeado que fosse cargo de confiança do poder executivo. Pior ainda, uma pessoa que tem total identificação com um partido que, além de estar dividindo umbilicalmente com PMDB e PP o governo, tem sua trajetória política nos governos do PSDB da Prefeitura e do Estado de São Paulo.

O Brasil e os políticos que o comandam perderam, definitivamente, os últimos resquícios de vergonha na cara. Agora, certamente, os “movimentos” que assolam as redes sociais, tipo “Movimento Brasil Livre” e seus seguidores, irão novamente às ruas aos milhões, com o apoio da Rede Globo e de entidades empresariais, para protestar contra essa excrescência que foi assinada por Temer, mas tem o respaldo de muita gente “do bem”, gente “honesta” e da “imprensa imparcial”. Os “panelaços” e “manifestações” já estão sendo organizados? Ou a corrupção que combatiam era só a de petistas, messssmoooo????