Esta semana conversei com um grande amigo, depois de alguns meses. Vários assuntos foram abordados e um deles se mostrou “pesado”. Há divergências de opiniões sobre tal assunto, tendo esse meu amigo comentado sobre a democracia, que permite opiniões contrárias. Ele defende, com unhas e dentes, a “Privataria” que foi protagonizada por fhc e por antonio brito. E eu entendo que aquilo tudo não passou de várias “ações entre amigos”. Sim, porque dizer que “venderam” as estatais e sabendo-se de como e por que preço foram entregues, só podem ser assim consideradas.

Só para lembrar
Não vou falar sobre todas as “privatarias”, claro. Vou me reportar à entrega da Vale do Rio Doce. Essa empresa valia centenas de bilhões de dólares, o que foi provado muitas vezes. Mas, foi gentilmente cedida por três bilhões de dólares. Houve muitas outras “entregas”, sim, e não em poucas permitiram que fossem utilizadas “moedas podres” do governo, dinheiro de Fundos de Pensão de outras estatais (hoje em dificuldades financeiras) e empréstimos do BNDES, com juros “de pai para filho”. E o que dizer da “privataria” gaúcha? CRT, CEEE e outras entregues a preço de banana, mas com seus passivos, suas dívidas deixadas para o povão pagar. E as reclamatórias trabalhistas renderam milhões e milhões de reais, talvez bilhões (nunca informaram isso, porque não interessava a eles, claro) aos felizes “demitidos”.

Convenceram, sem dúvidas!
As “mídias amigas”, mobilizadas para convencer a população que entregar as estatais era “um grande negócio” (pra quem, hein, cara-pálida?) e conseguiram. Antes sucatearam todas, nomeando diretores fiéis partidários, porém sem condições mínimas para exercer tais funções. Com a CRT a coisa beirou o ridículo, o absurdo. Afirmam, até hoje, que “se não fosse a privataria ainda estaríamos sem telefones ou pagando caro por eles”. Tenho frouxos de riso ouvindo e lendo isso. Na época a telefonia celular engatinhava no Brasil e “eles” sabiam que iria explodir. Por que não, então, “abraçar a causa do prejuízo da CRT e, nós, heroicamente, ajudarmos o povo gaúcho”? E deu certo. Se entupiram de ganhar dinheiro, cobrando a telefonia celular mais cara do mundo e oferecendo os piores serviços. Agora, com a banda larga, escancaram sua “competência” ímpar de ganhar dinheiro aos borbotões com serviço conta-gotas. Mas, são aplaudidos. Então, “viva a privataria”.

E o Estado repete
Não satisfeito com a privataria de antonio brito – que não resultou em nada prático para o povo gaúcho, a não ser uma conta gigantesca de dívidas e indenizações trabalhistas, ainda não totalmente pagas – eis que o PMDB, agora com Sartori, volta à carga, juntamente com seus aliados de primeira hora – PSDB, PP, PSB, PPS, PRB, PV, PR, juntamente com alguns do PTB e PDT – e extinguem Fundações do Estado, sem antes explicar para o povão o que fazem, o que representam tais fundações, seus custos e receitas e se elas compensam ou não sua manutenção. Segundo o jornal ZH do dia 21, as oito Fundações têm 281 funcionários estatutários (garantia de emprego) que serão remanejados e 1.002 celetistas, que serão demitidos. A “economia” alegada é de 130 milhões por ano. Ninguém falou sobre os ativos e os passivos. Bem, os passivos nós sabemos muito bem que irá pagar, né?