Evidências científicas recentes têm demonstrado um efeito positivo do sono sobre o processo de consolidação de muitos tipos de memórias. Um novo trabalho publicado na edição da revista científica Neurobiology of Learning and Memory estudou a influência do sono sobre um aspecto específico da memória, relacionado com os processos que possibilitam a lembrança de um nome associado a um rosto. Aparentemente esta lembrança apresenta um maior grau de dificuldade e requer a ativação de diferentes regiões do cérebro, assim como uma forte conectividade entre estas regiões.

A pesquisa contou com a participação de voluntários adultos a quem eram mostradas 20 fotos de rostos com respectivos nomes. Doze horas depois as fotos eram mostradas novamente e os nomes deveriam ser relacionados com os rostos.

O teste foi realizado duas vezes – na primeira fase os participantes dormiam até 8 horas no período entre o momento em que as fotos e nomes foram mostrados pela primeira vez e o momento seguinte, quando tiveram que associar as fotos aos nomes. Na segunda fase as 12 horas de intervalo entre o aprendizado e a evocação eram cumpridas com atividades diárias regulares, sem dormir.

Os participantes tiveram um melhor desempenho na associação do rosto ao nome após o período em que dormiram. Estes achados sugerem que dormir bem após um processo de aprendizado de coisas novas pode ajudar as pessoas a ter uma maior retenção da nova informação.

Os pesquisadores comentam também que é possível que em pessoas idosas as desordens de sono características da faixa etária podem dificultar o processo de aprendizagem de coisas novas. Não podemos esquecer que o advento das novas tecnologias de mídia (computadores, celulares, tablets, etc.) tem afetado substancialmente o tempo de sono das pessoas, principalmente crianças e adolescentes, e isto poderia contribuir para dificuldades de aprendizagem.